aditivo reduz metano

Aditivo natural reduz emissão de metano dos bois em até 70%

De acordo com a Embrapa, feijão guandu acrescido no capim aumenta ganho de peso e reduz metano produzido por bovinos

Redação

em 7 de outubro de 2022


Um arbusto de leguminosa natural pode ser usado como aditivo que reduz a emissão de metano dos bovinos. Pesquisa da Embrapa descobriu que o feijão guandu BRS Mandarim, quando adicionado nos capins Mandaru e Basilisk, aumentou o peso dos bois e também emitiu menos metano por quilo.

A emissão diária do gás metano por quilo de ganho de peso foi 70% a menos do que no gado que comeu o outro  A emissão diária do gás por quilo de ganho de peso foi de 614,05 gramas no pasto consorciado, cerca de 70% a menos do que no degradado, com 2.022,67 gramas, indicou a pesquisa da Embrapa..

Além disso, os animais tiveram uma média de ganho de peso por dia maior do que o gado que comeu o pasto recuperado. Foram em média 478 gramas por dia em comparação com 987 gramas por dia. 

Leia também: “Brasil é líder no agro sustentável”

Menos gaseificação e menos metano

A redução da produção do metano aconteceu porque a leguminosa têm taninos e saponinas que agem diretamente sobre os microrganismos do rúmen no interior do boi. E isso interfere na fermentação, reduzindo as populações de organismos que produzem metano.

Segundo o pesquisador André Pedroso, da Embrapa, esse resultado foi possível porque além de diminuir a emissão de metano entérico, o consórcio com feijão guandu e a recuperação de pastagens melhoraram o desempenho dos animais, com aumento no ganho de peso médio diário.

Várias são as formas de reduzir a produção de metano pelo animal. Além de melhorar o aporte nutricional disponível aos bovinos, os taninos presentes nas estruturas da planta do guandu BRS Mandarim agem no rúmen e, consequentemente, diminuem a emissão”, disse Pedroso, em entrevista ao site do instituto. 

Metano e ODS

aditivo reduz metano

A redução da emissão de gases metano tem um papel importante para diminuir o aquecimento global. “Se conseguirmos reduzir a emissão do metano, o impacto sobre o aquecimento global será mais rápido. Ele tem uma vida de 10 a 20 anos, enquanto o dióxido de carbono – CO2, 100 anos”, disse o chefe geral da Embrapa Pecuária Sudeste, Alexandre Berndt.

Nesse sentido, diminuir o metano com baixo custo é desejável e um foco do setor como um todo.  A ação afeta diretamente para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 13 da Organização das Nações Unidas (ONU), que é “Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos”. E também indica que a carne carbono zero está cada vez mais próxima de se tornar escalável.