Brasil atrai atenção global quando o tema é pecuária sustentável
A Embrapa Pecuária Sudeste recebeu, em 2023, 18 missões de 5 continentes com interesse nos estudos relativos à produção sustentável
A agropecuária sustentável, que é um dos destaques do Brasil e foi um ponto de interesse durante a COP 28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no final de 2023, chama a atenção de países estrangeiros para a produção nacional. Os estudos realizados pela Embrapa acerca dos sistemas integrados de produção e de estratégias para a sustentabilidade fizeram com que a organização recebesse, em 2023, a visita de 196 pesquisadores estrangeiros, representantes de 37 países.
O interesse representa mais que um movimento global de busca por soluções que ajudem a melhorar a produtividade, o bem-estar animal e contribuam para que o setor consiga atender ao compromisso com a redução de gases de efeito estufa (GEE). Evidencia, também, o papel que o Brasil assume frente à produção sustentável.
Dentre os estudos realizados pela Embrapa, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é destaque para grande parte das delegações. De acordo com o pesquisador e articulador internacional da Embrapa Pecuária Sudeste, Alberto Bernardi, em depoimento publicado no site da organização, a gestão da unidade “entende que é importante a divulgação desta tecnologia nacional para mostrar ao mundo que é possível ser sustentável e ter alta produtividade”.
Além de ser visto como uma referência em sistemas de produção, o Brasil, como maior exportador de carne bovina do mundo em 2023, é cobrado pelos países importadores pelo emprego de tecnologias que comprovem a sustentabilidade do processo. O diretor de sustentabilidade da Marfrig, Paulo Pianez, em encontro com agentes da pecuária, destacou a pressão externa, principalmente, da Europa e da Ásia sobre a origem dos alimentos.
Pecuária também é destaque durante COP 28
Durante a COP 28, a produção pecuária brasileira foi assunto em diversos debates. Em painel promovido pelo Global Environmental Institute (GEI) e pelo Consórcio Amazônia, o representante da Marfrig, Paulo Pianez, ressaltou que a capacidade que o Brasil tem para se consolidar como grande provedor de carne de baixo carbono e totalmente verde.

“O sistema de produção brasileiro já é naturalmente de baixo carbono, os animais são criados em pastagens, na maioria dos casos. Os produtores já fazem integração da pecuária com floresta e com lavoura, isso é realidade nos sistemas produtivos”, frisou Pianez.
Já em um outro encontro, desta vez realizado pela Marfrig e BRF, o executivo apontou ações que demonstram as boas perspectivas do setor. Confira a seguir.
- Investimento de R$ 100 milhões no Programa Verde+
- Antecipação da meta de rastreabilidade total em 5 anos
- Programa de recuperação de pastagens degradadas
- Restauração ecológica
- Projeto de agropecuária regenerativa
- Melhoria genética do rebanho
- Tecnologias de medição de carbono no solo
- Produção de carne baixo carbono e carne carbono neutro certificadas
- Proteção à biodiversidade
- Apoio a pequenos produtores