emissao de metano

Como o Brasil pode reduzir mais de 30% a emissão de metano até 2030

Tecnologias já existentes poderiam fazer Brasil reduzir em 36% a emissão de gás metano, indica relatório do Observatório do Clima.

Redação

em 25 de novembro de 2022


Tecnologias já existentes poderiam fazer o Brasil reduzir em 36% a emissão de gás metano, indica relatório do Observatório do Clima. Para isso, é necessário que as inovações sejam, de fato, implantadas.

Atualmente, o país é o quinto maior emissor de metano do mundo, representando o equivalente a 5,5% dessas emissões, segundo o Observatório do Clima. “Por outro lado, aplicando-se as melhores práticas e tecnologias existentes e possíveis de implementar até 2030, obtém-se a emissão de 13,75 MtCH4, o que representa uma redução de 36,4% em relação às emissões de 2020”, afirmou o documento.

Pecuária deve liderar a solução

Um pouco mais de dois terços da emissão de metano no Brasil vem da pecuária. E é nesse setor que há mais tecnologias e inovações para aplicar, especialmente em áreas como gestão de pasto, alimentação animal, melhoramento genético e regimes diferentes de terminação intensiva.

No cenário apresentado pelo Observatório do Clima é possível reduzir as emissões do setor agropecuário em 30% apenas dando escala ao que já existe. Isso diz respeito, por exemplo, às técnicas de terminação Intensiva, que é um manejo alimentar intensificado e que disponibiliza maior quantidade de energia aos bovinos de corte, reduzindo o tempo do abate. 

“Os sistemas de produção animal mais intensivos contribuem para uma maior produtividade também por meio da melhoria da qualidade das pastagens já em utilização, com a adoção de sistemas rotativos de semiconfinamento e confinamento. Essa intensificação implica na redução da intensidade de emissão por animal, podendo diminuir até 30% das emissões de metano por quilo de carne produzida, mesmo havendo um possível aumento nas emissões diárias de metano”, “, informa o relatório. 

Melhora alimentar

O melhoramento genético pode levar a uma redução de quase 11% da produção do metano pelos animais. Além disso, há a manipulação e evolução da dieta animal. Entre 2% e 12% da energia bruta ingerida por eles é perdida por conta da conversão em metano, por exemplo. A variação tem a ver com o nível de digestibilidade dos alimentos que compõem a dieta do animal.

Quanto melhor a dieta, menos ele irá emitir gás metano, o que significa que a melhora no manejo de pastagens é essencial para levar o setor como um todo para um caminho mais sustentável. O relatório aponta ainda que 52% das pastagens do país estão sob algum grau de degradação e que, portanto, há muito espaço para ganhar neste âmbito.

Fermentação Ruminal

Outra estratégia capaz de reduzir as emissões de metano é a manipulação da fermentação ruminal, na qual ocorre a mitigação por meio da interferência na atividade do rúmen, segundo o relatório. Nesse ponto, entram os aditivos alimentares.

Segundo o Observatório do Clima, 35% é o potencial da redução da emissão de metano por manipulação da fermentação ruminal.